Trabalhos Aprovados 2017

Ficha do Proponente

Proponente

    Amanda Rosasco Mazzini (UFSCar)

Minicurrículo

    Graduada em Imagem e Som pela Universidade Federal de São Carlos, foi bolsista do Programa Jovens Talentos para a Ciência (Capes) e de Iniciação Científica (CNPq). Atualmente é mestranda com bolsa Capes no Programa de Pós-Graduação em Imagem e Som da UFSCar e é co-fundadora da plataforma Orion Academics.

Ficha do Trabalho

Título

    Assista outra vez: estratégias revisionistas feministas no cinema

Resumo

    O trabalho propõe a identificação de estratégias revisionistas audiovisuais feministas. Para tanto, nosso objeto de análise fílmica é a obra cinematográfica “Malévola” (“Maleficent”, Robert Stromberg, 2014), revisitação de “A Bela Adormecida” (“Sleeping Beauty”, Clyde Geronimi, 1959), ambas produzidas pela Walt Disney Pictures. Observamos as possíveis maneiras que um filme pode revisitar outro(s) para dar voz a representações da mulher até então adormecidas ou silenciadas.

Resumo expandido

    Grande parte da produção audiovisual recente de revisitações dos contos de fadas vem questionando os tradicionais papeis das personagens femininas nas histórias canônicas de Charles Perrault e dos irmãos Grimm. Mesmo dentro de uma forma patriarcal, como é vista a linguagem clássica cinematográfica por Laura Mulvey, esses filmes têm apresentado outros olhares sobre a mulher e suas vivências, seus medos e desejos, que vão além do objetivo de produzir prazer no espectador. Propomos, então, a identificação de estratégias revisionistas audiovisuais feministas. Para tanto, nosso objeto de análise fílmica é a obra cinematográfica “Malévola” (“Maleficent”, Robert Stromberg, 2014), revisitação de “A Bela Adormecida” (“Sleeping Beauty”, Clyde Geronimi, 1959), ambas produzidas pela Walt Disney Pictures. Observamos as possíveis maneiras que um filme pode revisitar outro(s) para dar voz a representações da mulher até então adormecidas ou silenciadas. Considerando que a revisitação é sempre um trabalho de lembrar, reforçar, e ao mesmo tempo confrontar o texto revisitado, nossas principais referências sobre revisionismo contemporâneo de contos de fadas são Elizabeth Harries e Maria Cristina Martins. Sobre representação da mulher no cinema clássico, nos baseamos principalmente nas pesquisas de Jane Gaines e Linda Williams.

Bibliografia

    GAINES, Jane. Women and the cinematification of the world. In: BULL, S.; WIDDING, A. (orgs.) “Not so silent: women in cinema before sound”. Estocolmo: Stockholm University, 2010. p. 20-38.
    HARRIES, Elizabeth. “Twice upon a time: Women Writers and the History of the Fairy Tale”. Princeton: Princeton University Press, 2003.
    MARTINS, Maria Cristina. “(Re)Escrituras: Gênero e o Revisionismo Contemporâneo dos Contos de fadas”. Jundiaí: Paco Editorial, 2015.
    MULVEY, Laura. Reflexões sobre ‘Prazer visual e cinema narrativo’ inspiradas por Duelo ao sol, de King Vidor (1946). In: RAMOS, F. (org.) “Teoria contemporânea do cinema: pós-estruturalismo e filosofia analítica, vol. 1”. São Paulo: Senac, 2005, p. 381-392.
    _________. Prazer visual e cinema narrativo. In: XAVIER, I. (org.). “A experiência do cinema”. São Paulo: Graal, 2008. p. 437-453.
    WILLIAMS, Linda. “Something Else Besides a Mother: Stella Dallas and the Maternal Melodrama”, Cinema Journal, vol. 24, no.1, (Autumn, 1984), p. 2-27.