Trabalhos Aprovados 2016

Ficha do Proponente

Proponente

    Carlos Francisco Pérez Reyna (UFJF)

Minicurrículo

    Professor adjunto IV de Cinema do Departamento de Artes e Design e do PPGCSO (Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais) da Universidade Federal de Juiz de Fora. Tem experiência na área de Cinema, com ênfase na área de Cinema e Ciências Sociais, Antropologia Visual, Filme Etnográfico, Documentário e Antropologia do Cinema.

Ficha do Trabalho

Título

    Etnoficção e representação na narrativa oral andina de “La escuela de Cuzco”

Seminário

    Cinema e Ciências Sociais: diálogos e aportes metodológicos

Resumo

    A produção fílmica desenvolvida pela chamada “Escuela de Cuzco” dos anos cinquenta está baseada fundamentalmente pela realização de curtas de filmes etnográficos. Contudo, Kukuli (1961) é um ponto de inflexão cinematográfico no Peru andino, pois ao propor dar “autenticidade” à representação feita no filme, os diretores decidem amalgamar o filme de ficção e o filme etnográfico. Nesse sentido, esta proposta procura entender quais são esses diálogos estéticos e culturais presentes no filme mencionado.

Resumo expandido

    A produção fílmica desenvolvida pela chamada “Escuela de Cuzco” dos anos cinquenta está baseada fundamentalmente pela realização de curtas de filmes etnográficos. Contudo, Kukuli (1961) é um ponto de inflexão cinematográfica no Peru andino, pois ao propor dar “autenticidade” à representação feita no filme, os diretores decidem amalgamar o filme de ficção e o filme etnográfico. Nesse sentido, esta proposta procura entender quais são esses diálogos estéticos e culturais presentes no filme acima mencionado.

    Esta proposta é o resultado dos desdobramentos da comunicação realizada na última SOCINE, “Molduras sócio históricas do filme andino Kukuli (1961)”. Após pesquisas particulares percebemos que o filme é importante por várias razões: em princípio, na história do cinema peruano, foi a primeira adaptação da narrativa oral andina falada no idioma Quéchua. Segundo, anos prévios à produção do filme, entre os anos 1950 e 1960, surge nos Andes do sul uma abertura de mentalidades nas quais se destacam o surgimento de uma nova estética indigenista, a construção de novas salas de exibição e a fundação do “cine club Cuzco”. Finalmente, Kukuli é um filme híbrido, parte ficção parte documentário (NICHOLS, 1997; METZ, 1977). O próprio Luis Figueroa, um dos diretores do filme, explica que o objetivo era “hacer la película en los lugares de origen, darle participación al pueblo y a los campesinos, y poner actores que no rompieran com ese comportamiento tan espontáneo, tan natural” (CARBONE 1993, 122). A história do cinema é abundante destas experimentações do fazer cinematográfico, fusionado gêneros e expandindo fronteiras. No nosso caso, qual o diálogo entre que se estabelece entre o saber etnográfico e a estética cinematográfica.

    Dessa maneira, o que queremos saber quais são os elementos híbridos apresentados no filme. É lícito chamar o filme Kukuli de etnofição? Podemos chama-lo cinema transcultural, aos moldes da proposta feita por David MacDougall em seu Transcultural Cinema (1998)?

Bibliografia

    CARBONE, Giancarlo. El cine en el Perú, 1950-1972: testimonios. Lima: Universidad de Lima, 1993.

    MACDOUGALL, David. Transcultural Cinema. Princeton: Princeton University Press. 1998

    METZ, Christian. A Significação no Cinema. São Paulo: Perspectiva, 1977.

    NICHOLS, Bill. La Representatión de la Realidad. Barcelona: Paidós, 1997.