Trabalhos Aprovados 2016

Ficha do Proponente

Proponente

    Maria Ignês carlos Magno (UAM)

Minicurrículo

    Professora permanente do PPGCOM em Comunicação Audiovisual da Universidade Anhembi Morumbi. Doutora em Ciências da Comunicação. Mestre em História Social. Pesquisadora do Grupo de Pesquisa: Inovações e Rupturas na Ficção Televisiva Brasileira. Pós-doutoranda na ESPM com a pesquisa: A telenovela brasileira sob os olhos da crítica nos anos 1970, sob a supervisão da Profa Dra Maria Aparecida Baccega. Autora da seção Resenha-Cinema da revista Comunicação & Educação da ECA/USP.

Ficha do Trabalho

Título

    Da Crítica e da Crônica em Artur da Távola e Helena Silveira.

Resumo

    O texto propõe um estudo da crítica sobre a telenovela brasileira. O recorte do estudo é a produção dos críticos Artur da Távola e Helena Silveira sobre a telenovela nos anos 1970 veiculadas nos jornais Folha de S. Paulo e O Globo. O foco da reflexão nesse texto recai sobre as aproximações teóricas e o específico da crônica e da crítica na produção dos referidos autores.

Resumo expandido

    Com a consolidação do gênero telenovela surgem os críticos. Melhor dizendo, os críticos de televisão passaram também a criticar a telenovela. Dois críticos considerados fundamentais para entendermos a crítica de televisão e de telenovela no Brasil foram Helena Silveira e Artur da Távola. Para Priolli, “a rigor, a crítica de televisão é recente” […] e “a crítica de televisão sistemática regular só começou nos anos de 1960” com Helena Silveira, no jornal Folha de S. Paulo em São Paulo, e Artur da Távola, no jornal O Globo no Rio de Janeiro. Embora a crítica de telenovela existisse simultaneamente à crítica literária, teatral e cinematográfica, na época, as discussões e os debates sobre a televisão e a telenovela brasileiras se davam nas páginas dos jornais diários. Se tomarmos a crônica e a crítica como gêneros literários surgidos nos jornais a partir do século XIX, muitas são as aproximações teóricas existentes entre elas. Desde as primeiras críticas produzidas nos jornais brasileiros, escritas por romancistas e poetas, especialmente José de Alencar, Machado de Assis e Álvares de Azevedo elas estavam diretamente vinculadas ao jornalismo. Não sendo notícias produzidas para informar o leitor sobre algum acontecimento, mas, segundo Maria Cecília Garcia (2004, p: 71), “textos diferenciados no corpo do jornal, um texto informativo-opinativo, que abusa da função expressiva da linguagem com o objetivo de atrair o leitor para a obra artística […]” as críticas, são irmãs próximas da crônica, do comentário, da coluna, da resenha. E como todas elas, de acordo com a autora, é um texto dúbio, com personalidade incerta: um pé na literatura, outro no jornalismo. Daí a classificação como gênero literário-jornalístico. Aproximações e dubiedades que podem ser notadas ao longo dos textos de Artur da Távola e Helena Silveira publicados em suas colunas nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo. Textos diferenciados no corpo do jornal, os críticos escreviam crônicas quando ressaltavam um assunto do dia-a-dia, fosse do cotidiano de uma maneira geral, fosse do cotidiano da televisão, dos programas, de personagens, e polêmicas; fugiam aos padrões rígidos que caracterizam um texto jornalístico, e produziam o específico da crônica. Mas, quando tomavam uma obra como ponto de partida para sua análise, quando partiam de um produto televisivo e analisavam o que faziam era crítica. Como meu objeto atual de pesquisa é a produção crítica sobre a telenovela brasileira nos anos 1970, considerei interessante desenvolver um estudo das aproximações teóricas e o específico da crônica e da crítica na produção dos autores. O fato de a pesquisa ter a crítica, a telenovela e a crítica de telenovela como pontos de estudo, além dos autores citados no resumo expandido, alguns teóricos que comporão os debates serão: Antonio Candido, Décio de Almeida Prado, Leyla Perrone-Moisés, Alfredo Bosi, Roberto Schwarz, Raymond Williams, Roland Barthes, Mikael Bakhtin, Renata Pallottini, Maria Aparecida Baccega, Maria Elisa Cevasco, Eugênio Bucci, Maria Rita Khel, Maria Cecília García, e outros estudiosos da crítica, da televisão, da telenovela, da crônica. É importante ressaltar que Helena Silveira e Artur da Távola serão estudados, ao mesmo tempo, como fonte e referência.

Bibliografia

    BACCEGA, Maria Aparecida. Crítica de televisão. In: MARTINS, Maria Helena (Org). Outras Leituras. São Paulo: Senac /Itaú Cultural, 2000.
    BUCCI, Eugênio. A Crítica de televisão. In: MARTINS, Maria Helena (Org). Outras Críticas. São Paulo: Senac /Itaú Cultural, 2000.
    CANDIDO, Antonio. Textos de intervenção. Seleção, apresentação e notas de Vinicius Dantas. São Paulo: Duas Cidades: Editora 34, 2002.
    GARCIA, Maria Cecília. Reflexões sobre a crítica teatral nos jornais: Décio de Almeida Prado e o problema da apreciação da obra artística no jornalismo cultural. São Paulo: Editora Mackenzie, 2004.
    PRIOLLI, Gabriel. Crítica da Televisão. In: FREIRE, Denise de Oliveira, A Crítica de Telenovela. Apontamentos para uma história. Monografia apresentada em Jornalismo Cultural do Programa de Comunicação Jornalística da Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2005.