Trabalhos Aprovados 2016

Ficha do Proponente

Proponente

    André Piero Gatti (FAAP)

Minicurrículo

    Cineclubista de formação, graduado em Letras e pós-graduado pela ECA/USP (mestrado) e pelo IA/Unicamp (doutorado) e Universidade Anhembi Morumbi (pós-doutorado). Professor de cinema brasileiro do curso de cinema da Faap e AIC. Autor de vários textos, artigos , capítulos e livros , no Brasil e Exterior. Atualmente é pesquisador sênior da Spcine, empresa pública de cinema da prefeitura de São Paulo. Recentemente , tem atuado como ator em filmes autorais brasileiros (Avanti Popolo etc.).

Ficha do Trabalho

Título

    Spcine e o fomento audiovisual no ambito do município de São Paulo

Resumo

    A comunicação tem como objetivo descrever o processo de criação da Spcine , empresa de Cinema e Audiovisual do Munícipio de São Paulo, e as suas primeiras ações. Originalmente, a Spcine teve seu ideário construído nos anos 1990,mas o projeto somente se tornou realidade com a vinda do ex-ministro da cultura, Juca Ferreira, para a Secretaria Municipal de Cultura (SP),que na gestão do prefeito Fernando Haddad conseguiu dar materialidade a esta antiga reivindicação do setor audiovisual paulistano.

Resumo expandido

    O município de São Paulo é um dos maiores produtores de audiovisual da América Latina. Desde os anos de 1950, por ocasião da primeira tentativa de industrialização e o surgimento de um sistema de estúdios, que foi composto por importantes estúdios, onde se destaca a Companhia Cinematográfica Vera Cruz, há uma tentativa de envolver o poder público local no sentido de incentivar a criação de uma política setorial. Na realidade, foi em São Paulo onde surgiu o primeiro fomento público direto de apoio à produção cinematográfica, por ocasião da criação do Adicional de Renda (AR), que foi instituído pela recém surgida Comissão Municipal de Cinema (CMC).Este mecanismo será o responsável pela consolidação da figura de Oswaldo Massaini e a sua empresa a Cinedistri, primeiro uma companhia distribuidora e, depois, produtora, inclusive, a Cinedistri foi responsável pela realização do único filme brasileiro ganhador da cobiçada Palma de Ouro, Festival de Cannes , 1962 e pela consolidação do quadrilátero da Boca do Lixo, na virada da década de 1960 para a de 1970, quando São Paulo se tornou o maior produtor cinematográfico do Brasil, suplantando, de maneira inédita a cidade do Rio de Janeiro, hoje o maior pólo de produção cinematográfica do País. Nos anos Embrafilme (1969 – 1990), a produção de São Paulo ficará um pouco distante das políticas encetadas pela empresa estatal distribuidora, ainda que com breves lampejos na gestão de Carlos Augusto Calil e Fábio Magalhaes. Nos anos de 1990, com o fim do tripé estatal :Embrafilme, Concine e Fundação do Cinema Brasileiro (FCB), a política pública setorial se localizará, basicamente, na cidade do Rio de Janeiro, onde surgiu a Riofilme S.A., isto em 1991. Na realidade , a Riofilme será o elemento inspirador da criação de um órgão semelhante no âmbito do município de São Paulo, tal tentativa se deu por ocasião do surgimento de uma Comissão (1999) para estudar a viabilidade de uma empresa distribuidora no âmbito da Secretaria Municipal de Cultura (SMC), na gestão do secretario de cultura Rodolfo Konder, Devido à crise política daquele momento, o projeto da SP Filmes foi abortado. Entretanto, em 2001, por pressão dos setores organizados do campo audiovisual, o então vereador Vicente Candido irá propor a criação do Centro Municipal de Cinema, mas o mesmo não conseguiu alcançar seus objetivos e será engavetado. Porém, em 2013, o prefeito Fernando Haddad convidou Juca Ferreira, ex-ministro da Cultura, para ser secretario municipal de cultura, que entre suas várias ações, vislumbrou a institucionalização de uma agencia audiovisual para o setor. O projeto que inicialmente contou com o apoio da Ancine e do governo do Estado de São Paulo, foi encaminhado como Projeto Lei do executivo em 2014 e , em 2015, foi aprovado na Câmara dos Vereadores do Município e depois sancionado pelo prefeito Haddad. Na prática, o projeto foi articulado pela figura do gestor Alfredo Manevy, então secretario-adjunto, que, na gestão do secretario Nabil Bounduky ultimou os recursos necessários para a definitiva implantação da Spcine. Hoje a Spcine está num processo de consolidação da empresa-agencia , que de maneira inédita está realizando uma serie de atividades, tais como : exibição, produção , distribuição, iniciação, formação etc.

Bibliografia

    ELBERSE, Anita. Blockbusters: como construir produtos vencedores no negócio do entretenimento. São Paulo: Campus Elsevier, 2013.
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    _______. A exibição cinematográfica: ontem, hoje e amanhã. São Paulo: Cadernos de Pesquisa/CCSP/SMC, 2008.
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    RAMOS, Fernão; ALVES, Luís Felipe (orgs.). Enciclopédia do cinema brasileiro , 2ª Edição. São Paulo: Senac, 2012.
    SEVCENKO, Nicolau. A corrida para o século XXI: no loop da montanha russa. São Paulo; Companhia das Letras, 2001.
    Spcine. Relatório de gestão (2015-2016). São Paulo: mimeo, 2016.
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